Alverca do Ribatejo
A cidade de Alverca do Ribatejo pertence ao concelho de Vila Franca de Xira.
Faz fronteira a nordeste com a freguesia do Sobralinho, a noroeste com o Calhandriz, a oeste com Bucelas (no concelho de Loures), a sul com Vialonga e o Forte da Casa, e a leste com o rio Tejo.
Em 2013, com a lei da fusão de freguesias, foi unida à freguesia do Sobralinho, formando a União das Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho com sede em Alverca do Ribatejo.
História da cidade de Alverca
Período anterior à fundação de Portugal
Os vestígios mais antigos da presença humana na região onde se situa a cidade de Alverca do Ribatejo foram encontrados nas formações geológicas, cujo ponto mais elevado se situa na Quinta do Pinheiro. A saber, são instrumentos de pedra lascada, os mais antigos dos quais podem datar-se do Paleolítico Inferior. Dessa forma, estes achados confirmam a ocupação dos terrenos junto do Tejo por grupos humanos que deambulavam naquela zona em busca de caça, pesca e recolhiam tudo o que a Natureza lhes proporcionava.
Depois, a partir do Neolítico, com o advento da agricultura e pastorícia, as comunidades ocuparam as elevações dos vales do Tejo e de Vialonga. Junto à Verdelha do Ruivo, por exemplo, foram descobertos dois cemitérios dolménicos.
No período romano, Alverca foi ponto de convergência de duas vias. Uma seguia o vale de Vialonga e era o caminho terrestre privilegiado de acesso a Lisboa (Olissipo) e a outra ladeava o rio, na direção da atual Póvoa de Santa Iria. Desta época encontra-se uma lápide funerária na parede exterior da antiga Casa da Câmara.
Fundada pelos árabes no final do século IX, início do século X, seu nome deriva do topónimo «Albirca» ou «Alborca» que significa terra alagadiça. O árabes habitaram a colina do Castelo e o sítio do Adarse. Viviam, assim, da agricultura, da caça, da pesca e da extração de sal do qual faziam comércio.
Conquista aos Mouros
Em 1147, no reinado de D. Afonso Henriques, Alverca foi conquistada aos muçulmanos, que, logo após, a doou aos cruzados. Acresce que, embora sem certeza, no ano de 1160 recebe o foral por parte de D. Afonso Henriques, sendo possível, desta forma, o seu repovoamento e desenvolvimento.
O extinto concelho de Alverca
Alverca foi sede de um concelho medieval extinto em 1855. Pertencia às Capelas de D. Afonso IV. Embora não se conheça o foral inicial (pensa-se que foi de D. Afonso Henriques), de facto conhecem-se três cartas de confirmação: a de D. Pedro I confirmando os privilégios do concelho em 24 de Agosto de 1357; a carta datada de 19 de Abril de 1434, de D. Duarte, confirmando os privilégios e bons costumes e uma outra emitida em 23 de Abril de 1439, onde D. Afonso V confirma à vila de Alverca todos os privilégios, graças e mercês.
O pequeno concelho era assim formado pelas freguesias de Alverca, Sobralinho e Santa Iria de Azóia.
O século XX
A população cresce lentamente de 1642 habitantes em 1801, para, mais tarde, em 1900, atingir os 1973 habitantes. A economia da região mantém da mesma forma os seus traços dominantes, baseada na agricultura, pesca, o sal, a criação de gado, os fornos de cal e os lagares de azeite.
Já no ano de 1930 dá-se um grande incremento na população, subindo para 3346 habitantes. Esse aumento populacional iria continuar igualmente nas décadas seguintes: 4665 habitantes em 1950, 15000 habitantes nos anos 70, 23706 habitantes em 1992 e 32000 habitantes no ano 2000.
Em 28 de Maio de 1961, é inaugurado o primeiro troço da Autoestrada do Norte, com um nó de acesso próximo do núcleo urbano de Alverca, que reforça, dessa forma, a acessibilidade à capital.
Mais tarde, em 16 de junho de 1963, foi inaugurado o primeiro posto da Guarda Nacional Republicana no edifício da antiga Casa da Câmara.
Alverca, em 1968 tem na freguesia 33 indústrias, todas de grande importância para o país, tornando-se assim um dos grandes bastiães da economia nacional.
Finalmente, em 9 de agosto de 1990, Alverca do Ribatejo foi elevada à categoria de cidade. Além disso, foi a primeira localidade a ser elevada à categoria de cidade sem ser sede de município.
Alverca tem, afinal, mais população do que a atual sede do concelho, Vila Franca de Xira.
Locais a visitar
Castelo de Alverca
Sobre o «Castelo» pouco ou nada se sabe. Inicialmente terá sido um castro ou simplesmente um muro defensivo erguido pelos romanos. É possível que os Mouros o tenham acastelado e que tenha servido de «casa senhorial» na Idade Média. É mais tarde, na reconquista cristã, que surge a estrutura que passou a ser conhecida por «Castelo», quando D. Afonso Henrique doa a povoação aos Cruzados. Em 1755, o terramoto que arrasou Lisboa, teve nele efeitos desastrosos provocando, dessa forma, a sua ruína.
Assim, resta-nos atualmente um troço de muralha na designada Colina do Castelo.
O Pelourinho
O Pelourinho de Alverca foi construido em 1530, conforme sugere a data inscrita no seu capitel. Em 1855, a circunscrição administrativa foi extinta e o pelourinho foi desmontado logo a seguir. Até 1979, os seus restos ficaram à guarda da Junta de Freguesia que tentou reimplantar o monumento logo a seguir ao 25 de Abril (1974). Tal viria a acontecer em 1988, ocupando o mesmo local original, na praça principal da localidade.
Localização: Rua João Mantas (ver no mapa)
Na imagem do pelourinho, ao fundo podemos observar o Núcleo Museológico de Alverca, o qual faz parte do Museu de Vila Franca de Xira.
Referências e Bibliografia
Consultámos diversas fontes, a maior parte delas fontes oficiais como a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, o INE (Instituto Nacional de Estatística), o IPPAR e o SIPA, o MAI (Ministério da Administração Interna), etc. Deixamos aqui a lista das fontes mais importantes e, se possível, o link para a respetiva página.